Carcinoma de Células Escamosas: sintomas, riscos, tratamentos e como prevenir o segundo câncer de pele mais comum

Carcinoma Espinocelular: sintomas, riscos, tratamentos

Entenda como identificar precocemente o Câncer Espinocelular, quais são os riscos, os tratamentos mais eficazes e, principalmente, como proteger a sua pele.

O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de câncer de pele, afetando mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo. Apesar de assustar, é importante saber que, na maioria dos casos, ele é curável, especialmente quando diagnosticado precocemente.

O que é o carcinoma espinocelular?

Também chamado de Câncer Espinocelular, é um tipo de câncer que se desenvolve nas células escamosas, presentes na camada mais externa da pele, a epiderme.

Ele representa cerca de 15% de todos os cânceres de pele. Embora seja mais agressivo do que o Carcinoma Basocelular, ainda é tratável em grande parte dos casos, especialmente com diagnóstico precoce.

Quais são os principais sinais e sintomas?

Os sintomas podem variar, mas alguns sinais do carcinoma espinocelular são característicos e merecem atenção:

  • Área áspera e avermelhada, que pode formar crostas
  • Descamação leve ou espessa
  • Ferida que não cicatriza
  • Lesão endurecida, parecida com uma verruga
  • Coceira, dor ou sangramento
  • Bordas elevadas e endurecidas

Onde o carcinoma espinocelular costuma aparecer?

As áreas mais afetadas são justamente aquelas com maior exposição solar ao longo da vida:

  • Rosto
  • Pescoço
  • Orelhas
  • Lábios
  • Dorsos das mãos

Quais são os fatores de risco?

Diversos fatores aumentam a chance de desenvolver esse tipo de câncer de pele:

  • Exposição solar crônica e acumulada
  • Queimaduras solares com bolhas
  • Pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos
  • Idade avançada
  • Presença de queratoses actínicas (lesões pré-cancerosas)
  • Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele
  • Sistema imunológico enfraquecido (HIV, quimioterapia, transplante, doenças autoimunes)
  • Exposição a substâncias químicas industriais
  • Infecção por HPV (papilomavírus humano)
  • Uso de câmaras de bronzeamento artificial

Ou seja: quanto mais fatores de risco você acumula, maior deve ser a vigilância com a saúde da sua pele.

O que são queratoses actínicas?

O sol causa lesões pré-cancerosas que também conhecemos como ceratoses solares. Aparecem como placas ásperas, rosadas e com leve descamação.

Nem todas evoluem para câncer, mas algumas podem se transformar em carcinoma espinocelular. Por isso, o tratamento dessas lesões é essencial para prevenção.

A exposição ao sol pode causar câncer?

Sim, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do câncer de pele, incluindo o carcinoma espinocelular. A radiação ultravioleta (UV) danifica o DNA das células da pele e pode desencadear mutações que levam ao desenvolvimento do câncer. A radiação UV atravessa nuvens e vidros. Ou seja, mesmo em dias nublados ou dentro do carro, então cuide-se em todos os momentos. 

Pessoas de pele clara estão mais vulneráveis?

Sim. Quem tem pele clara possui menos melanina; o pigmento natural que protege contra os efeitos da radiação solar  e, por isso, está mais propenso a queimaduras e ao desenvolvimento de câncer de pele.

Mas atenção: pessoas com pele mais escura também podem desenvolver carcinoma espinocelular, embora com menor frequência.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito por um dermatologista e envolve:

  • Avaliação da história do paciente (exposição solar, histórico familiar, sintomas)
  • Exame físico completo da pele
  • Dermatoscopia: exame que permite visualizar estruturas profundas da lesão
  • Biópsia: retirada de uma amostra da pele sob anestesia local para análise em laboratório

Confirmado o diagnóstico, o próximo passo é avaliar se o câncer é de baixo risco ou de alto risco, o que vai orientar o melhor tipo de tratamento.

Quando o carcinoma espinocelular é considerado de alto risco?

O carcinoma espinocelular é considerado de alto risco quando:

  • Afeta regiões críticas do rosto (pálpebras, nariz, lábios, orelhas)
  • Tem mais de 2 cm de diâmetro
  • Retorna após tratamento anterior (recidiva)
  • Ocorre em pacientes imunossuprimidos
  • Apresenta infiltração profunda na pele

Nesses casos, o acompanhamento e o tratamento devem ser ainda mais cuidadosos.

Quais são os tratamentos disponíveis para o carcinoma espinocelular?

O tratamento do carcinoma espinocelular depende de diversos fatores, como o tamanho, a localização e o grau de risco da lesão. A boa notícia é que, quando diagnosticado precocemente, ele pode ser tratado com altas taxas de sucesso.

1. Cirurgia: o tratamento mais comum 

A maioria dos casos é tratada com cirurgia simples, que consiste na remoção completa do tumor com uma margem de segurança, ou seja, retirando também uma pequena área ao redor da lesão para garantir que todas as células cancerosas foram eliminadas.

Após a retirada, o material é sempre enviado para análise, que confirma se as margens estão livres de câncer.

Em áreas sensíveis como nariz, pálpebras ou lábios, pode ser indicada a cirurgia de Mohs, um procedimento detalhado em que cada camada removida da pele é analisada durante a própria cirurgia, garantindo maior precisão e preservação do tecido saudável.

2. Radioterapia

É uma alternativa importante quando a cirurgia não pode ser realizada, seja por localização complexa da lesão, condições clínicas do paciente ou outros fatores. A radioterapia também pode ser usada como complemento ao tratamento cirúrgico, em casos mais agressivos.

3. Imunoterapia

Indicada em situações mais avançadas, quando há metástases ou quando outras abordagens não são viáveis. A imunoterapia estimula o próprio sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerosas.

4. Tratamentos tópicos (para lesões iniciais e pré-cancerosas)

Lesões como as queratoses actínicas, que são consideradas pré-câncer, podem ser tratadas com medicamentos de uso tópico:

  • 5-fluorouracil: um creme que destroi células anormais da pele, aplicado por algumas semanas.
  • Imiquimode: estimula a resposta imune local para eliminar as células alteradas.

Como prevenir o carcinoma espinocelular?

A principal forma de prevenção é proteger sua pele dos danos que a radiação ultravioleta causa, mesmo em dias nublados ou frios.

Veja as principais medidas que fazem a diferença no dia a dia:

  • Use protetor solar com FPS 30 ou mais, todos os dias, inclusive no inverno e em dias nublados
  • Prefira filtros que protejam contra UVA e UVB
  • Reaplique o protetor a cada 2 horas e sempre após suar muito ou entrar na água.
  • Evite o sol entre 10h e 16h, quando a radiação é mais intensa.
  • Use barreiras físicas como chapéus de aba larga, roupas com proteção UV e óculos escuros.
  • Não utilize câmaras de bronzeamento artificial, elas aumentam muito o risco de câncer de pele.
  • Faça acompanhamento dermatológico regular, especialmente se você tem pele clara, histórico familiar ou já teve alguma lesão suspeita.

A prevenção é o passo mais eficaz que você pode dar pela saúde da sua pele. E lembrar de se proteger hoje pode evitar tratamentos mais complexos no futuro.

Quando procurar ajuda médica?

Se notar qualquer alteração suspeita na pele — como uma ferida que não cicatriza, uma área áspera, que sangra, coça ou cresce —, procure um dermatologista o quanto antes.

O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento mais simples, eficaz e com melhores resultados estéticos.

Você pode prevenir e tratar o câncer de pele, que é uma doença séria.

O carcinoma espinocelular exige atenção, mas com informação, prevenção e acompanhamento médico, é possível tratá-lo com sucesso na maioria dos casos.

Observar a própria pele e buscar ajuda médica ao menor sinal de alteração é um ato de autocuidado e prevenção.

Caso necessite de um acompanhamento personalizado, entre em contato com a Dra. Vera. Ela atende presencialmente, em São Paulo.

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