Durante o tratamento do câncer, cuidar da pele é essencial para manter o conforto, a hidratação e a saúde cutânea. Por isso, alguns tratamentos podem deixar a pele mais sensível e alguns cuidados simples ajudam muito nesse período.
Como os tratamentos afetam a pele
Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia interferem na renovação celular da pele e nas glândulas sebáceas, reduzindo a produção natural de óleo e dificultando a regeneração.
Inclusive, isso pode causar:
- Ressecamento e descamação
- Coceira e sensibilidade aumentada
- Alterações de pigmentação
- Maior risco de infecções cutâneas
Essas alterações variam de pessoa para pessoa, mas merecem atenção desde o início do tratamento.
Cuidados especiais com a pele durante a radioterapia:
A área irradiada requer atenção redobrada:
- Não aplique cremes, perfumes ou desodorantes antes das sessões, a menos que o médico autorize;
- Após a radioterapia, siga rigorosamente a prescrição médica para o seu caso;
- Evite exposição solar direta;
- Mantenha a pele sempre limpa e seca, sem friccionar.
Se você faz tratamento com imunoterapia:
- É comum observar vermelhidão, coceira ou pequenas erupções nos primeiros meses de tratamento. Essas reações costumam ser leves e temporárias, mas precisam ser acompanhadas.
- Cuidados diários: hidratação, limpeza suave e uso de protetor solar são essenciais. Evite automedicação (pomadas “fortes” sem avaliação podem mascarar sinais de gravidade).
Se você faz terapia-alvo no tratamento do câncer:
Durante a terapia-alvo, em alguns casos, surgem erupções cutâneas parecidas com acne, ressecamento intenso, coceira, alterações nas unhas, inclusive sensibilidade nas mãos e nos pés.
O que pode acontecer:
- Fotossensibilidade: a pele fica mais sensível à luz e pode queimar com facilidade.
- Erupções cutâneas: surgem no rosto, couro cabeludo, pescoço ou costas, podendo coçar, arder e formar crostas.
- Pele seca e rachada: comum em muitas terapias-alvo, principalmente nas mãos e nos pés.
- Alterações nas unhas: cutículas vermelhas, doloridas e unhas mais frágeis.
- Síndrome mão-pé: vermelhidão, dor e descamação nas palmas e plantas dos pés.
- Mudanças no cabelo: pode ficar mais fino, seco, encaracolado ou mudar de cor.
Alguns cuidados podem ajudar a reduzir o desconforto e prevenir lesões, mantendo a continuidade do tratamento de forma mais tranquila. Sempre procure orientação médica antes de comprar ou usar qualquer pomada, ou medicamento.
Como cuidar da pele durante o tratamento oncológico?
1. Hidratação constante
Use cremes neutros, sem perfume e ricos em ingredientes calmantes. Aplique logo após o banho e várias vezes ao dia, se necessário.
2. Limpeza suave
Prefira sabonetes líquidos hidratantes e evite buchas ou esfoliantes, consequentemente a pele costuma ficar mais sensível.
3. Banhos mornos e rápidos
A água quente agride a pele e remove a proteção natural. Desse modo, o ideal é manter a temperatura morna e reduzir o tempo de banho.
4. Roupas confortáveis
Tecidos de algodão e roupas mais soltas ajudam a evitar atrito e irritação.
5. Proteção solar diária
Mesmo durante o tratamento, o uso de protetor solar é essencial, especialmente nas áreas expostas e nas regiões irradiadas (após liberação médica). Evite sol direto, sobretudo em área irradiada (sempre com liberação médica).
Quando procurar o dermatologista?
Durante o tratamento oncológico, qualquer mudança na pele deve ser acompanhada de perto. Portanto, sempre procure avaliação dermatológica se notar:
- Manchas novas ou escurecimento da pele;
- Feridas que não cicatrizam;
- Vermelhidão persistente;
- Descamação intensa ou dor;
- Sintomas de infecção (como pus ou calor local).
O dermatologista tem papel essencial na equipe multidisciplinar, ajudando a controlar sintomas, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida durante todo o tratamento.
A pele é o maior órgão do corpo e também um espelho da saúde.
Durante o tratamento do oncológico, ela exige atenção especial, não apenas por motivos estéticos, mas para garantir conforto, proteção e bem-estar.
Cuidar da pele é cuidar de si. E isso faz parte do processo de cura também.
Perguntas frequentes:
O uso de hidratantes é fundamental para reduzir o ressecamento e o desconforto causados.
Desse modo, prefira produtos sem perfume e sem álcool, com fórmulas suaves.
Sim, mas apenas com liberação médica.
Durante o tratamento, a pele na área irradiada fica extremamente sensível, então o ideal é evitar o uso de produtos na região antes das sessões.
Nunca se exponha ao sol direto sem proteção.
É comum que as unhas fiquem mais frágeis, escuras ou quebradiças.
Portanto, para cuidar delas:
> Hidrate as cutículas com frequência;
> Evite retirar cutículas ou usar esmaltes agressivos;
> Use luvas ao lavar louça ou mexer com produtos de limpeza;
> Procure o dermatologista se notar dor, vermelhidão ou inflamação.
Erupções cutâneas e coceiras são as mais comuns. Se o quadro espalhar ou doer, não se automedique: avise o seu médico; o manejo pode incluir corticoide tópico ou, em casos mais intensos, medicação sistêmica.
Há protocolos profiláticos (hidratação, fotoproteção e, às vezes, antibiótico tópico/oral) que reduzem a intensidade e o desconforto. Converse com o seu oncologista ou dermatologista.
Sinalize cedo. Por exemplo, ajustes de calçado/atrito, hidratantes apropriados e, se necessário, ajuste de dose pelo oncologista ajudam muito.
Procure o dermatologista sempre que perceber descamação intensa, feridas, coceira persistente, dor ou inflamação.
O acompanhamento dermatológico é parte essencial do cuidado oncológico.
Cada pele reage de forma diferente aos tratamentos, inclusive o médico pode ajustar os produtos e orientar o uso correto.


